Ao longo do tempo as pessoas criaram uma certa “cultura” no Brasil de que os preços dos sites eram mais baratos do que nas lojas, consequentemente, entregaria margens menores. Mas antes de aprofundar no assunto, é preciso explicar para vocês onde essa história começou!
Em 1999, surgia um dos primeiros e-commerce do Brasil, a submarino.com.br quando 3 empresários compraram a Booknet, uma livraria online, que foi ampliando o sortimento e agregando categorias. Porém, na época não era comum comprar online e receber em casa depois de muitos dias, sem contar que não havia uma confiança do consumidor por uma modalidade de compra que você pagava por uma coisa que não era palpável. Então era necessário criar essa cultura de compra e para isso os empresários iniciaram duas estratégias que ainda são muito utilizadas 20 anos depois: frete grátis e preços mais agressivos.
Então, foi sendo construída essa cultura e com o surgimento de diversos outros lojistas entrando com lojas virtuais, iniciou-se uma guerra de preços e vantagens, onde um abaixa 5%, o outro abaixa mais 5% e está feita aí o que eu chamo de “a roda da miséria”. Onde muitos lojistas cortaram de suas próprias margens para ganhar mercado.
Hoje, a maioria dos grandes lojistas recebem investimentos da indústria (rebate) ou aplicam parte da verba de marketing no custo do produto para fazer determinadas ações, sem prejudicar suas margens.
Dependendo da operação, alguns e-commerce conseguem entregar melhores margens no site do que em suas lojas físicas, pois através do site conseguem vender cauda longa, se tornar marketplace cobrando comissão de outros lojistas pra vender dentro de sua loja, possuem menos funcionários, não tem aluguel de ponto, comissão para vendedores, custo com roubos e produtos em mostruário e diversos outros pontos que oneram uma operação de loja física. Porém, o que temos visto atualmente é uma mudança estratégica para as empresas se tornarem “omnichannel”, ou seja, multicanais de venda, porém com políticas comerciais iguais ou similares, evitando assim a disputa entre os canais e entregando uma uniformidade de atendimento e entrega ao cliente.
Um dos custos mais elevados de uma operação de e-commerce é o frete que abocanha boa parte do seu lucro, porém, dependendo da característica do seu negócio, vale a pena contratar empresas de “hub logístico” que possuem contrato único com as transportadoras para milhares de lojistas, o que barateia muito o frete, te deixando mais competitivo e consequentemente deixando mais lucro na sua última linha de DRE. Falaremos em uma outra oportunidade sobre o DRE de um e-commerce!