O comércio eletrônico vem ganhando força dia após dia e a indústria tem enxergado uma grande oportunidade que há poucos anos não era se quer cogitado, que é a venda direta dos seus produtos para o consumidor final, denominado de D2C (Direct to Consumer). Essa modalidade sempre foi um paradigma muito grande para a indústria, primeiro porque ela não tinha conhecimento dos mercados regionais e muito menos conseguia ter presença física com milhares de lojas espalhadas pelo Brasil, como é o caso de diversos varejistas como Magazine Luiza, Casas Bahia, entre outros. Além disso, a dependência do varejo era muito grande e não seria ético para a indústria competir com os seus clientes, que representam alto volume de faturamento, muitos pontos de contato para a marca e capilaridade.
A questão é que no último ano, temos percebido que a indústria resolveu quebrar essa barreira e se aventurar na venda direta ao seu consumidor, pois o e-commerce permite uma penetração muito grande em todo país e em uma escalada de faturamento bem forte, reunindo uma boa base de dados BI (Business Inteligence), ganho de margem de lucro sem intermediários e além disso, usar o pretexto de que abriu um e-commerce para fornecer estoque aos seus clientes varejistas que possuem e-commerce em modalidades de crossdocking, dropshipping ou marketplace, onde o varejista também ganharia com o fluxo de caixa e não teria produtos parados, trabalharia somente no “on-demand”.
Algumas indústrias como Brastemp, Consul, Electrolux, Samsung, Motorola, JBL, Multilaser, Nestlé e Loreal já possuem e-commerces nesse formato e utilizam-se de estratégias de precificação diferenciada por horário ou mídia, para não concorrer com muita força com seus concorrentes, porém, hora ou outra os atritos são inevitáveis e passou a ser comum ver a indústria disputando o “buy box” dos marketplace com seus próprios clientes. Em alguns casos as indústrias tem iniciado as operações de e-commerce com outro nome para minimizar o conflito.